terça-feira, 29 de novembro de 2011

Jordi Savall - Quando a música é só estética, acaba-se em Auschwitz


FOTO: ENRIC VIVES-RUBIO / PÚBLICO
 


Jordi Savall, líder do Hespèrion XXI, compositor e maestro, diz que «a música e a cultura» são as portas que ainda podem promover o diálogo entre povos. «Todas as outras — políticas, sociais, violentas — foram um fracasso». Pensa que há o «grande perigo» de escutar «apenas a parte estética da música». «Quando isso sucede, termina-se em Auschwitz», afirma. 
No encore de um espectáculo em Santiago do Cacém, conta Jordi Savall: ao apresentar «A la una yo naci», música sefardita, em concertos na Turquia ou na Grécia, houve espectadores a reivindicar a peça como fazendo parte da sua tradição musical. «Cada um de nós pensa que a sua música é única e isso impede-nos de ver a beleza da música dos outros», diz o maestro de Le Concert des Nations e da Capella Reial de Catalunya. 
Savall nasceu em 1941. Com mais de 170 discos gravados, incluindo várias obras originais, é um dos músicos contemporâneos mais multifacetados. No seu labor, a relação do fenómeno religioso com a arte e a música é um dos factores essenciais. Por isso, a sua reflexão sobre a música alarga-se também a outros horizontes. 

 (Em conferência de imprensa antes do concerto, Jordi Savall dirá que «as músicas populares são as que melhor definem a história de um povo e as que têm mais emoção». Músicas sefarditas, fados, músicas escocesas ou irlandesas, canções catalãs são «sobreviventes: sobreviveram ao esquecimento e ajudaram os povos que as cantavam a sobreviver; isso é o que lhes dá tanta força e tanta beleza, ainda hoje».)




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